quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Última parada: Amsterdã

Meus caros,
chegamos à parte final dessa longa jornada ao longo das terras européias. Depois de tanto tempo fora do Brasil, estava começando a sentir o que os ingleses chamam de homesick - saudade de casa. Aliás, mais do que saudade propriamente de casa, eu sentia falta mesmo da comida, e claro, dos amigos e da família. Mas havia ainda a Holanda pra visitar.

Amsterdã tem um ar um pouco diferente dos outros lugares onde estive. É como se fosse um lugar com características próprias, um je ne sais quoi que eu não consegui definir até agora. Acho que o excesso de liberdade e a falta de um policiamento ostensivo como temos no Brasil fez com que eu me sentisse assim.
Cheguei em Amsterdã vindo de Bruxelas, já que não havia linha direta de Bruges. Estava frio, mas nada desconfortável. A primeira impressão que tive ao sair da Estação Central foi dos canais. Em Bruges também havia canais, mas nada como aqui. A cidade é literalmente construída ao redor dos canais, então a parte antiga da cidade, na região mais central, possui muitas ruas circulares. Fui direto para o albergue fazer check-in para começar a passear. Para a minha surpresa, o albergue ficava em um bairro chamado Zeeburg, um pouco afastado do centro. Mas nada que me desanimasse a andar um pouco mais
Não tinha planejado nada especial, portanto peguei um mapa no albergue e fui andando. O problema é que estava chovendo e o frio é pior do que o de neve. A sua roupa molha e depois congela. Segui um dos canais até o centro da cidade. Estava perdido com tantos nomes estranhos de ruas. E para piorar, as ruas dos dois lados de cada canal tem o mesmo nome, como se o canal dividisse a rua. Parei em uma feira na Muiderstraat para comer alguma coisa quente. Acabei encontrando - pasmem - dois brasileiros lanchando no mesmo trailer.
Depois de encher a barriga de batata frita, segui rumo ao centro. Uma coisa ruim de se viajar na baixa temporada, não sei se já comentei isso, é que a cidade não está pronta pra receber turistas. Em vários lugares por onde passei, havia vários andaimes, ruas interditadas e fontes desligadas. Em Amsterdã, a fachada inteira do Palácio Real na praça Dam estava coberta de andaime. Um pouco decepcionante. A única coisa descoberta eram as lojas e o Monumento Nacional, praticamente um pirulito como o da praça Sete em Belo Horizonte.

Seguindo a leste, dois canais depois, passei pela Chinatown e dei de cara com a parte mais curiosa da cidade. O De Wallen, como os holandeses chamam, é conhecido por nós como o famoso Distrito da Luz Vermelha. Para quem não está familiarizado, é onde ficam as garotas de programa se exibindo nas janelas dos prédios ao longo da rua. Lá também é onde ficam concentrados os sex shops, casas de strip e boa parte dos famosos coffee shops.

Fiquei mais um tempo rodando e me lembrei que estava beeeem longe do albergue. Já estava escuro e o jeito foi rumar pra lá, sem antes passar em um mercadinho pra abastecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário