sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Zaanse Schans, Sex Museum, Anne Frank, Greenhouse Coffee Shop

No meu último dia inteiro na Holanda, percebi que já tinha praticamente visitado tudo o que me interessava em Amsterdã. Daí me lembrei que existem outras coisas famosas na Holanda além de drogas e sexo liberados. Como era inverno, eu não poderia visitar um campo de tulipas, mas poderia visitar os famosos moinhos de vento. Peguei informações na recepção do albergue e rumei para a estação de trem. Em vinte minutos já estava num lugar chamado Zaanse Schans. Mais cinco minutos a pé, e você dá de cara com um dos moinhos. Atravessei uma ponte suspensa e passei por um charmoso vilarejo cheio de canais congelados. Os moinhos estão dispostos ao longo da margem do rio, e existem pequenos diques que impedem que a água invada os campos. Para a minha surpresa, todos os moinhos ainda funcionam e são utilizados até hoje para produção de óleos retirados de sementes. Entrei no último deles, De Bonte Hen, por módicos 3 euros. Pude conhecer o funcionamento do moinho, e subi até no alto. Como as terras são baixas e planas, é possível enxergar bem ao fundo de uma floresta. O responsável do moinho, praticamente um guia pessoal, me explicou que a região chegou a ter mais de 1000 moinhos, mas que hoje só existem cerca de 6. Os moinhos são mantidos através da entrada cobrada dos turistas e de uma sociedade fundada para a proteção dos próprios. O guia ainda me contou algumas histórias sobre a região. Na época de auge dos moinhos, o governo não poderia cobrar impostos, já que os moinhos eram de propriedade privada. O governo então decidiu então que o vento era do Estado, e portanto poderia cobrar pelo uso do vento (não sei como não inventaram isso aqui no Brasil ainda). Uma outra curiosidade é o telhado os moinhos, feito de um tipo de junco que nasce nas margens do rio. Um feixe de juntos é disposto de maneira a deixar a água escorrer por dentro das fibras, funcionando como canaletas que impedem que o telhado enxarque.
Voltando para Amsterdã, aproveitei para visitar mais alguns lugares. Além dos dois casais de irmãos, havia um inglês no nosso quarto e combinei de irmos a um coffee shop à noite. Tinha o dia inteiro então para passear. Fui ao Sex Museum, um fiasco, não vale nem comentário. Em seguida, passei em frente à casa de Anne Frank, uma menina que viveu escondida do nazismo em um anexo à sua casa, até ser capturada e enviada para um campo de concentração. Como já havia visitado a galeria do Holocausto no Museu Imperial da Guerra em Londres, preferi não visitar a casa. 
Mais à noite, encontrei-me com o inglês na Muntplein. Perguntamos em uma loja sobre referências de um bom coffee shop nas redondezas. Fomos a um chamado Greenhouse (sugestivo, não?). Como um bom e típico inglês, ele pediu um chá (inglês) com leite. Comecei tomando um capuccino para tomar coragem para experimentar algum dos "quitutes". Pedi um space cake e ficamos conversando até tarde. Na volta pro albergue é que o space cake começou a dar efeito. O que eu posso dizer sobre os efeitos? A vantagem é que você não precisa se intoxicar de fumaça. Em relação aos efeitos, a sensação é de tudo na sua cabeça funciona mais devagar. Voltei conversando com o inglês e percebi que falava mais devagar que o normal. Fora isso, um formigamento, talvez por causa do frio. Chegando ao albergue, aproveitamos o fim do happy hour e terminamos a noite com duas Heinekens. Custei a dormir de noite, a cabeça não parava de girar :-)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Museu Van Gogh, Ultimate Pub Crawl

No segundo dia em Amsterdã, recebi um presente antes que pudesse me despedir da Europa. Havia nevado durante a noite e no outro dia estava tudo branquinho. Era minha última oportunidade de ver neve por um bom tempo. Logo cedo, combinei de visitar o Museu Van Gogh com dois casais de irmãos - dois chilenos, Katiana e Claudio, e dois belgas, Barbara e Julien.

Como o albergue ficava muito longe do Museu, fomos caminhando ao longo do canal e brincando com a neve. Todos os quatro foram muito amistosos e ficamos conversando durante a caminhada, principalmente Barbara. Passamos pela antiga fábrica da Heineken, que aliás possui um tour pago. Acabei não indo lá depois.
Chegando ao museu, enfrentamos uma pequena fila. De forma geral, a visita ao museu foi ótima. As exposições foram montadas de forma cronológica, o que permite perceber o desenvolvimento de Van Gogh mesmo para leigos como eu. Existem, contudo, com dois poréns. É proibido tirar fotos, ou seja, não poderei mostrar nada do que vi. Segundo, por maior que fosse o acervo do museu, algumas das obras mais famosas não estavam lá, como A Noite Estrelada, que conforme vocês podem ver no link, está em Nova Iorque. O auto-retrato com a orelha cortada, depois fui descobrir, está em Londres. Mas tive a oportunidade de ver os famosos girassóis, o que compensou todo o resto.

Depois do museu, os quatro tinha que ir para a Estação Central, já que eles passariam apenas um final de semana em Amsterdã. Como o passeio com eles estava muito bom e eu não tinha nada pra fazer, perguntei se podia acompanhá-los até a Estação. Comemos alguma coisa antes de eles partirem, e peguei os e-mails para contato.
De noite, estava disposto a participar do Ultimate Pub Crawl. Embora o nome seja um tanto pomposo, de fato foi o maior dos pub crawls que havia participado até então. Diferente do de Londres e do de Edimburgo, o Ultimate Pub Crawl reuniu mais de 150 pessoas. Os organizadores tiveram que dividir em grupos menores, porque não cabia tanta gente nos pubs. A maioria eram estudantes da Inglaterra em uma excursão. O tour começou na Leidseplein, onde fica o coffee shop mais antigo da cidade, o Bulldog.

Queria fechar a viagem com chave de ouro. Não deu outra. Mais uma noitada inesquecível :-)
Depois das três horas, ainda fiquei perdido um tempo procurando a rua certa do albergue.

Última parada: Amsterdã

Meus caros,
chegamos à parte final dessa longa jornada ao longo das terras européias. Depois de tanto tempo fora do Brasil, estava começando a sentir o que os ingleses chamam de homesick - saudade de casa. Aliás, mais do que saudade propriamente de casa, eu sentia falta mesmo da comida, e claro, dos amigos e da família. Mas havia ainda a Holanda pra visitar.

Amsterdã tem um ar um pouco diferente dos outros lugares onde estive. É como se fosse um lugar com características próprias, um je ne sais quoi que eu não consegui definir até agora. Acho que o excesso de liberdade e a falta de um policiamento ostensivo como temos no Brasil fez com que eu me sentisse assim.
Cheguei em Amsterdã vindo de Bruxelas, já que não havia linha direta de Bruges. Estava frio, mas nada desconfortável. A primeira impressão que tive ao sair da Estação Central foi dos canais. Em Bruges também havia canais, mas nada como aqui. A cidade é literalmente construída ao redor dos canais, então a parte antiga da cidade, na região mais central, possui muitas ruas circulares. Fui direto para o albergue fazer check-in para começar a passear. Para a minha surpresa, o albergue ficava em um bairro chamado Zeeburg, um pouco afastado do centro. Mas nada que me desanimasse a andar um pouco mais
Não tinha planejado nada especial, portanto peguei um mapa no albergue e fui andando. O problema é que estava chovendo e o frio é pior do que o de neve. A sua roupa molha e depois congela. Segui um dos canais até o centro da cidade. Estava perdido com tantos nomes estranhos de ruas. E para piorar, as ruas dos dois lados de cada canal tem o mesmo nome, como se o canal dividisse a rua. Parei em uma feira na Muiderstraat para comer alguma coisa quente. Acabei encontrando - pasmem - dois brasileiros lanchando no mesmo trailer.
Depois de encher a barriga de batata frita, segui rumo ao centro. Uma coisa ruim de se viajar na baixa temporada, não sei se já comentei isso, é que a cidade não está pronta pra receber turistas. Em vários lugares por onde passei, havia vários andaimes, ruas interditadas e fontes desligadas. Em Amsterdã, a fachada inteira do Palácio Real na praça Dam estava coberta de andaime. Um pouco decepcionante. A única coisa descoberta eram as lojas e o Monumento Nacional, praticamente um pirulito como o da praça Sete em Belo Horizonte.

Seguindo a leste, dois canais depois, passei pela Chinatown e dei de cara com a parte mais curiosa da cidade. O De Wallen, como os holandeses chamam, é conhecido por nós como o famoso Distrito da Luz Vermelha. Para quem não está familiarizado, é onde ficam as garotas de programa se exibindo nas janelas dos prédios ao longo da rua. Lá também é onde ficam concentrados os sex shops, casas de strip e boa parte dos famosos coffee shops.

Fiquei mais um tempo rodando e me lembrei que estava beeeem longe do albergue. Já estava escuro e o jeito foi rumar pra lá, sem antes passar em um mercadinho pra abastecer.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Retomando de onde paramos

Olás!
Estou de volta ao Brasil. Aparentemente, este blog teve um relativo número de visitantes, ainda que estes tenham sido tímidos em relação aos comentários. Mesmo que o blog tenha perdido parte da sua função de mostrar que estava "vivo" lá fora, vou terminar de contar minhas aventuras, atendendo a pedidos. Agora que possuo mais tempo e mais recursos, pretendo também revisar e ampliar os antigos posts, corrigindo eventuais erros de digitação, colocando mais detalhes dos passeios e novas fotos.

Bom proveito a todos.